Autodolor

  Eu tô perdido, em pendências caídas da sutileza profunda de cortes sem sangue, inestancáveis. Eu tô devasto, em mim, incolor no pêndulo do olhar que vagueia no breu da solidão densa sentida. Intrinsecamente corroído por feridas que latejam palavras bem ditas. Príncipe encantado, novo conto desvairado sem norte ou cor, desejo vil, rainha da dor, que me desfaz doido de doído de dor indolor. Inocência, dissabor. Transmuta o meu eu num sussurro sem breu. Diagnostica minha loucura, afaga minha desordem, recupera minhas perdas... Hey moço, quanto custa um ar? Muda-me de lar. Toca-me na van e rejuvenesça a vã alegria do vão do meu coração.  Eu tô cansado, esgotado e sem cor. Luta, relutante, baleado, furado de esperanças ternas em pensamentos vazios. Frio. Sem nada. Inabitável. Abalável. Abismo. Abismal. Silêncio sepulcral. Caí. Caído. Córrego insensível. Estou invisível! Sou um morto, do muito vivo e um sonhador que ainda acredita no amor.




E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados

Paralamas do Sucesso

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